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Adaury Salles Farias

Adaury Salles Farias

Cadeira n° 7

Deusolina

Deusolina Salles Farias

Rostan

Ocupantes anteriores
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1º - Ocupante

Ocupante Atual

Benedito Rostan Martins

Data da posse: 27/10/2017

Biografia

Rostan Martins (Benedito Rostan Costa Martins), filho de Breves, município paraense, é filho de Walzinto Rocha Martins (empresário, falecido) e Maria Costa Martins (dona de casa). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo (1986), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC/SP, 2002), doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP, 2012); e especialista em Marketing Político e propaganda Eleitoral (USP, 2012). Professor efetivo da Universidade Federal do Amapá; Membro efetivo da Academia Amapaense de Letras - Cadeira Nº 07; Tem experiências na área de Comunicação, com ênfase em Radiodifusão; É radialista e jornalista provisionado; Lançou os livros: Alô, Alô Amazônia, oralidade mediada pelo rádio (2005); Sambou ...; (2008); Zero voto (2009); Varal (2008); Coletânea (2009); Coletânea (2010); Poesia na boca da noite (2012); Lume – escritos do instante (2012); Coordenador executivo de campanha política eleitoral (2012); Faz parte das antologias: Poesia na Boca da noite (2015); Quine dedos de prosa (2015); Literatura Amapaense - poemas escolhidos 2019); 61 Cronistas do Amapá (2019); Memórias do apagão (2019); Literatura Amapaense - Contos escolhidos (2019); 16 Sonetista do Amapá (2019); Cronistas na linha do Equador (2019); Pequenos poemas - 50 poetas (2019); Pandemia - Contos, crônicas e poesias (2019). Desenvolve os projetos de pesquisa: "A Literatura na Amazônia"; "O Rádio na Amazônia"; "A Cultura Amazônica"; "As culturas através dos enredos das escolas de samba"; "A comunicação nos desfiles das escolas de samba"; "Artes nas escolas de samba. Estudos Semióticos" e "O espírito das Artes". Coordena os grupo de pesquisas "So-Etus" - Sociedade de Estudos Semióticos, fundado em 2004 e Grupo Universitário de poesias Força Coriolis fundado em 2019.

Publicações Literárias

Publicações:

- Alô, Alô Amazônia, oralidade mediada pelo rádio (2005);

- Sambou ...; (2008);

- Zero voto (2009);

- Varal (2008);

- Coletânea (2009);

- Coletânea (2010);

- Poesia na boca da noite (2012);

- Lume – escritos do instante (2012);

- Coordenador executivo de campanha política eleitoral (2012);

Participação em Antologias:

- Poesia na Boca da noite (2015);

- Quinze dedos de prosa (2015);

- Literatura Amapaense - poemas escolhidos 2019);

- 61 Cronistas do Amapá (2019);

- Memórias do apagão (2019);

- Literatura Amapaense - Contos escolhidos (2019);

- 16 Sonetista do Amapá (2019);

- Cronistas na linha do Equador (2019);

- Pequenos poemas - 50 poetas (2019);

- Pandemia - Contos, crônicas e poesias (2019).

CONTATOS DO AUTOR

E-mail: rostanmartins@unifap.br

Currículo Lattes:  https://lattes.cnpq.br/8764311389065427

Instagram: @rostanmartins

Facebook: Rostan Martins

Quem foi

Quem foi 

Deusolina Salles Farias

Deusolina Salles Farias nasceu em Belém do Pará, no dia 29 de outubro de 1921. Filha de Carlindo de Souza Salles e Maria Trindade Marques de Souza Salles. Estudou o curso primário no Grupo Escolar Benjamim Constant, em Belém do Pará, concluindo a 5ª série com dis¬tinção. Entrou para Escola Normal do Pará se formando professora em 1941. Foi escolhida a oradora da sua turma, por unanimidade de seus colegas. Recusou a indicação do Secretário de Educação do Estado do Pará, professor Renato Franco, para trabalhar no interior do estado. Dois anos depois de sua formação, quando Henry Ford assentava no Tapa¬jós o projeto de plantação de seringueiras, foi convidada a trabalhar em Belterra, uma das comunidades do complexo Ford, onde ficou por dois anos, Em 1945, quando o governo do Território Federal do Amapá ha¬via se instalado e se recrutava pessoal para seus quadros funcionais, se apresentou ao representante do Amapá no Estado do Pará, Sr. Benedito Amorim, que durante as entrevistas descrevia o Ama¬pá em condições precaríssimas, para que os candidatos ao aceitarem a proposta para viajar para o Território do Amapá, não tivessem o impacto das reais condições que encontrariam aqui. Decidida a enfrentar novos desafios, aceitou a proposta e se deslocou à cidade do Amapá como professora primária para lecionar no Grupo Escolar Veiga Cabral, que funcionava em um prédio de duas salas, juntamente com as professoras Cecília Pinto de Azevedo Costa, Vanda Lima Costa e mais tarde com o professor de Educação física Al¬fredo de Oliveira. Em 1946 voltou ao município de Amapá como diretora do Grupo Escolar Veiga Cabral, agora reformado e ampliado com mais salas e com mais dois professores, Maria Mercedes e Maria do Céu. Em julho de 1946, no curso de férias, pelas ótimas médias alcança¬das, ganhou uma bolsa de estudo para a Escola Nacional de Educação Física, no Rio de Janeiro. Ao realizar as provas físicas não passou em natação, não sabia nadar, e, durante o teste de salto em altura, sofreu uma distensão muscular que lhe im¬pedia da realização as demais provas. Em seguida, graças ao interesse pela educação, conseguiu uma vaga no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos pa¬ra fazer o curso de Orientadora Educacional, onde concluiu com êxito e distinção. Voltou a Macapá e, seu primeiro trabalho, foi atualizar juntamente com a professora Predicanda Amorim, Maria Lúcia e outras o currículo primá¬rio padronizado para todas as escolas do extinto Território do Amapá. Em 1947, na Faculdade Nacional de Agricultura Wenceslau Belo, no Rio de Janeiro, fez os cursos Horticultura e Economia Rural, recebendo os diplomas com merecida distinção. Em 1950, começou a se identificar com a política, sendo a maior líder dos professores durante sua jornada como mestra. Em 1950, casou com Amaury Guimarães Farias. Desse casamento nasceram cinco filhos homens: Amaury, Eury, Adaury, Leury e Kleury Salles Farias e duas mulheres Deury e Gleury Salles Farias. Foi chefe da seção do Ensino Primário e Pré-Primário, quan¬do passou a ter uma grande liderança sobre os professores dos quais era defensora incorrigível. Em face do sistema do governo, achou que uma associa¬ção poderia unir os professores e, através dela, ter mais campo para suas reinvindicações. Em 2 de fevereiro de 1952, concretizou seu ideal, fundando a Associação dos Professores Primário do Amapá junto com a professora Annie Viana da Costa, Vanda Lima Costa, Lima Neto e tantos outros, cujo pensamen¬to se completava para o sucesso do evento. Mais tarde, passou a ser Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Estado do Amapá – SINSEPEAP. Conseguiu com o deputado Coaracy Nunes, verba para a constru¬ção de um conjunto para os professores, situado na quadra compreendida en¬tre as Av. Raimundo Álvares da Costa e Ernestino Borges e Rua Tiradentes e General Rondon. Na área foram construídas a Sede da Associação dos Professores Primários do Amapá –APPA, um prédio onde seria um cineteatro para eventos culturais dos professores, que por alguns anos funcionou como cinema com uma máquina doada pelo governador Raul Monteiro Valdez. Posteriormente o governador Terêncio Furtado de Mendonça Porto, em represália a diversos atos da associação dos professores, doou os terrenos para diversas entidades, como Banco do Brasil, Loja Maçônica Acácia do Norte e confiscou as máquinas de cinema. Como Presidente da APPA, participou de todos os Congressos Nacionais para Professores Primários do Brasil, sendo mem¬bro de várias diretorias da Confederação Brasileira de Professores. Foi professora de metodologia e orientação de ensino de vá¬rios cursos de férias. Em 1954, quando Juscelino Kubitschek de Oliveira lançou sua campanha para presidente, no Amapá, foi convidada pelo Deputado Coaracy Nunes para representar os professores e as mulheres amapaenses. Nessa ocasião, na Praça Barão do Rio Branco, falou ao futuro Presidente do Brasil: "Vá, Presidente, chegue lá, a vitória é sua, mas tenha cuidado, no seu caminho Vossa Excelência vai encontrar muitas flores, muitos cardos e, também muitas feras acuadas". Em 1958, após a morte trágica do Deputado Coaracy Nunes, do qual era uma defensora ardorosa, saiu do PSD e acompanhou seu marido Amau¬ry Farias, no PTB. Ingressou na campanha do corpo a corpo, dava seu recado aos amigos para que não despertassem o ódio da di¬tadura implacável do sistema territorial. No dia 27 de setembro de 1958, em virtude de seu estado de gravidez de seu quarto filho, não pôde comparecer ao comício com seu ma¬rido, e quando aguardava em sua casa, uma passeata do PSD passou em frente de sua residência jogando contra as paredes, bombas, rojões e foguetões causando pânico e o aceleramento do parto de forma prematura, o quarto filho Adaury, acontecido na madrugada do dia 28, dentro de sua própria casa. Em 1962 foi convidada e passou a ser membro da CMOP - Orga¬nização Mundial de Professores. No Congresso realizado em Goiânia-GO, em 1963 conseguiu convencer os participantes que o 6º Congresso Nacional de Professores primário deveria ser na margem norte do Amazonas, na cidade de Macapá, que se daria entre os dias 6 a 13 de janeiro de 1964, porém o governador do Amapá, contrário à política partidária do PTB, não deu condições para a realização, ficando então a APPA impedida de promover o evento. Num esforço inaudito, viajou para Belém e trabalhou junto ao governador do Pará, Aurélio do Carmo que, imediatamente, ante a exposição apresentada pela professora Deusolina acei¬tou o encargo e proporcionou a APP todos os meios possíveis para o sucesso do Congresso. Empresas particulares não faltaram para doar frios, refrige¬rantes e até passeios sem que os participantes pagassem um só centavo. Quando do encerramento do VI Congresso Nacional de Professores, no auditório da Faculdade de Medicina do Pará, ao término de seu discurso elegendo o Amapá sua terra do coração, enaltecendo com orgulho a beleza de seus lagos, da fauna e da flora como se amapaense fosse, os professores de todo o Brasil, de pé, ovacionaram-na. Aquela mestra que não tinha hora, lugar e nem espaço, que dava tudo de si para a educação, ao professor e a esta terra que escolheu para viver. Em 1965, fez o curso de CADES, em dois períodos, para a cadeira de português. Como professora chegou até seus últimos dias de efetivo trabalho, dando ao Amapá e a sua gente os melhores anos de sua vida. Em 1965, conhecendo as dificuldades do professor primário do Amapá, pois sua grande maioria era leigo, fundou o IDEA, Instituto de Direção Educacional do Amapá cujo objetivo principal era o de atualizar e formar professo¬res primários que, de algum modo, tinham realizado séries do curso ginasial ou equivalente. O Instituto foi reconhecido pela Seccional do MEC - Ministério da Educação e Cultura do Pará, porém o Padre Jairo Coutinho de Moura, diretor da Divisão de Educação, pressio¬nou o governador a solicitar o fechamento do Instituto que competia, aquela altura, com o IETA, Instituto de Educação do Território do Amapá. Em 1970, o governador Ivanhoé Gonsalves Martins, depois de ouvir um discurso da professora Deusolina Salles Farias, numa solenidade educacional, convidou-a para ser a oradora oficial de Fogo Sagrado da Pá¬tria, que percorreu o Brasil durante os anos de 70 e 71. Ao término dos seus discursos o representante da 8ª Região Militar do Pará os pegou e disse que a partir daquele momento passariam a fazer parte da memória da Pátria. Em 1972, militante da ARENA, foi convidada para ser candidata a vereadora, porém sua campanha ficou resumida apenas ao horário do rá¬dio. Amigos que acreditavam na força de sua proposta ofereciam carona para que fizesse a divulgação de suas propostas de casa em casa de outros amigos. Muito esforço e acreditando em mudanças, a campanha com propostas sérias e sem ataques aos adversários, foi eleita com larga margem de votos. Fato inédito para a época, seu nome apareceu em todas as seções eleitorais, pois havia sempre, em qualquer lugar, um ex-aluno da mestra ou um professor votando. Acometida de grave câncer no estomago foi operada pela primeira vez em 31 de janeiro de 1973, antes da campanha para vereadora. Após o pleito de novembro de 1973, foi novamente internada no hospital Belém pela segunda vez na tentativa de reverter a grave enfermidade, porém não quis o destino que essa modesta e humilde mulher, rica de sonhos e sentimento para com o próximo assumisse o mandato de vereadora que o povo lhe havia concedido. Em 1º de dezembro de 1973, na Alameda Pimenta Magalhães, em Belém do Pará, morre. Sendo sepultada no Cemitério de Santa Isabel. Mulher séria, decidida, inteligente acima de tudo, amiga, a professora Deusolina deu a esta terra um exemplo de vida e dignidade. Sua força espiritual, sua maneira delicada de tratar, a firme liderança que possuía a fizeram, mesmo na cama de um hospital aguilhoada pelas dores de sua enfermidade, continuar seus trabalhos e médicos, enfermeiras e até serventes de outras alas do hospital iam visitá-la todos os dias para fruir e absolver o processo de humildade e de resignação transmitido por essa mulher que viveu sua vida para sua família, para os professores, para a sociedade, para o Brasil, principalmente para o Amapá, que perdeu com sua morte uma de suas mais queridas filhas, uma educadora autêntica, uma líder nata, uma lutadora leal e uma amiga fiel. Uma mulher que dedicou sua vida à criação dos filhos e da realização dos seus sonhos ensinando, lutando pela igualdade social e pelo respeito aos direitos individuais e pela liberdade de pensamento.

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